O Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Saúde Digital (PDI Saúde Digital) é uma iniciativa destinada ao desenvolvimento, implantação e validação das melhores soluções digitais para qualificar, facilitar e ampliar o acesso do cidadão à assistência à saúde na esfera pública.
Baseado nos conceitos de transformação digital e na experiência diferenciada do HCFMUSP nessa área, o programa busca a disrupção em diversas áreas por meio da validação de novos métodos, processos, fluxos e estruturas que possam ser escalados para o acesso universal no sistema público de saúde, mediante um calendário de execução entre 2024 e 2026.
Além disso, o programa tem como propósito viabilizar a realização de pesquisas observacionais e de coleta de dados durante os atendimentos prestados nos diversos modelos assistenciais com Saúde Digital. Espera-se que as informações e os dados levantados ajudem a confirmar algumas hipóteses do projeto, como a tese de que as soluções em Saúde Digital, quando associadas a protocolos bem determinados, podem tornar os serviços públicos de saúde mais eficientes, acessíveis, sem perda de qualidade em relação à modalidade presencial.
O PDI contempla oito projetos, chamados modelos assistenciais, e três programas estruturantes, que são fundamentais para a gestão e fortalecimento dos referidos modelos. Todos os modelos possuem como premissas o teleatendimento, a capacitação de seus profissionais e a necessidade de obter indicadores.
O AME+ Digital é um serviço de teleatendimento médico especializado pioneiro no Estado de São Paulo, que funciona como uma unidade do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) 100% remota e utiliza do recurso de teleconsultas, teleinterconsultas e teleconsultorias. São oferecidos teleatendimentos em sete subespecialidades: Ortopedia, Cardiologia, Gastroenterologia, Endocrinologia, Neurologia, Hematologia e Nefrologia. A partir de janeiro de 2025, deverão ser incluídas outras cinco especialidades: Cirurgia Vascular, Dermatologia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Urologia.
O TeleAPS (Atenção Primária em Saúde) é um modelo assistencial de saúde voltado para pacientes de baixa complexidade ou em acompanhamento de doenças crônicas que oferece atendimento por meio de teleconsultas realizadas por médicos especialistas em Medicina de Família e Comunidade.
O TeleAPS (Atenção Primária em Saúde) é um modelo assistencial de saúde voltado para pacientes de baixa complexidade ou em acompanhamento de doenças crônicas que oferece atendimento por meio de teleconsultas realizadas por médicos especialistas em Medicina de Família e Comunidade.
O TeleSAP (Secretaria de Atenção Prisional) é um modelo assistencial de saúde por teleatendimento para pessoas privadas de liberdade, que já atende 26 unidades prisionais masculinas do Estado de São Paulo, abrangendo Centros de Detenção Provisória, Penitenciárias e Centros de Progressão Penitenciária.
O modelo assistencial TeleUTI (Unidade de Terapia Intensiva) oferece suporte remoto a médicos intensivistas e equipes multiprofissionais que atuam em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), fomentando também a capacitação remota dessas equipes. Por meio de teleinterconsultas, especialistas em terapia intensiva e neurologia, localizados no Centro Líder de Inovação em Saúde Digital do Estado de São Paulo, colaboram com as equipes multiprofissionais em UTIs, fornecendo orientações, discutindo casos clínicos e compartilhando conhecimento especializado, através de interações realizadas por meio de plataformas digitais que garantem a segurança e confidencialidade das informações compartilhadas.
Fazem parte do programa 18 hospitais, selecionados pela SES/SP, que mantêm uma rotina com o PDI de uma hora e meia de teleconsulta, sete dias por semana. Como meta, o PDI espera discutir sete casos por dia de teleconsulta, em uma hora e meia de reunião.
O Pronto-Atendimento Digital (PA Digital) é um modelo assistencial que visa viabilizar o atendimento remoto de urgências de baixa complexidade, utilizando tecnologias de telessaúde. Por meio de um aplicativo, pacientes com queixas agudas, porém não urgentes, são triados com base em parâmetros bem definidos e direcionados, otimizando o fluxo de atendimento e reduzindo a sobrecarga em serviços presenciais.
O modelo assistencial de Exames in Loco busca oferecer exames laboratoriais e de imagem para pacientes que estão na atenção especializada. No caso da população privada de liberdade atendida pelo modelo TeleSAP, esses exames são realizados diretamente no local em que o paciente se encontra, eliminando a necessidade de deslocamentos. A proposta é incorporar tecnologias portáteis e treinar equipes multiprofissionais para realizarem exames bioquímicos, hematológicos, ultrassonografias e raio X, tornando o cuidado mais ágil, eficiente e seguro. Já no caso de pacientes assistidos no modelo AME+ Digital, tais exames serão oferecidos mediante parceria com laboratórios do setor privado, para onde seriam encaminhados os pacientes da rede pública após o teleatendimento digital.
O TeleAVC é um modelo assistencial de saúde digital desenvolvido para aprimorar o cuidado ao paciente com Acidente Vascular Cerebral (AVC). Por meio de um aplicativo, ele utiliza recursos de telessaúde para conectar especialistas em neurologia vascular a equipes multiprofissionais que atuam em unidades de saúde. Dessa forma, oferece suporte remoto na avaliação, diagnóstico e tratamento de pacientes com AVC.
Embora já existam protocolos definidos para esse tipo de atendimento, a proposta do TeleAVC é adaptá-los ao contexto da telemedicina. O plano é realizar um projeto-piloto em parceria com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e, após validar o modelo, expandi-lo para todo o Estado de São Paulo.
O Atendimento Domiciliar Digital (ADD) é um modelo assistencial que oferece consultas médicas remotas a pacientes com dificuldade de deslocamento, por meio de uma visita de profissionais da unidade de saúde até a residência do paciente. Equipados com um dispositivo (tablet) conectado à internet, esses profissionais fazem a ponte entre o paciente e o médico especialista, permitindo uma avaliação clínica a distância e a elaboração de um plano terapêutico personalizado, garantindo acompanhamento de longo prazo.
O Centro Líder de Inovação em Saúde Digital do Estado de São Paulo do HCFMUSP é uma estrutura central, localizada em uma das sedes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, dedicada a coordenar, impulsionar e consolidar iniciativas de pesquisa, desenvolvimento e inovação em saúde digital no âmbito do Estado de São Paulo. Trata-se de um hub estratégico que reúne competências multidisciplinares e promove a integração entre universidades, serviços de saúde, empresas de tecnologia, startups e demais atores do ecossistema de inovação. A missão do centro é fomentar soluções tecnológicas que qualifiquem o cuidado em saúde, facilitem o acesso da população aos serviços, aprimorem a eficiência dos processos e fortaleçam as capacidades do SUS e de outras redes de saúde, contribuindo, assim, para a melhoria contínua da assistência, da gestão e da formação de profissionais.
Tão importante quanto oferecer à população assistência em saúde por meio dos oito modelos de saúde digital disponibilizados pelo PDI, é treinar os profissionais envolvidos na jornada do paciente dos referidos modelos. Esse treinamento é o objetivo principal do programa estruturante chamado Capacitações, que oferece capacitação síncrona, assíncrona e in loco aos profissionais das unidades participantes do programa, seja UBS, AME, UP ou UTI.
Na modalidade síncrona, as aulas são exibidas em uma plataforma de educação à distância, ministradas ao vivo, podendo ser gravadas mediante autorização dos participantes para acesso remoto posterior. Nas capacitações assíncronas, as aulas gravadas ficam disponíveis para acesso em plataforma de educação à distância, em que os participantes têm um período de três meses para finalizar o curso após a disponibilização de acesso. Já a capacitação in loco acontece nas unidades participantes do programa, com a equipe de implantação dos modelos.
Os temas das capacitações são sempre definidos previamente, pensando nas necessidades identificadas em cada unidade de atendimento. Em todas as capacitações é cobrada assiduidade dos participantes e há uma avaliação de satisfação. Na modalidade assíncrona, há também uma avaliação do aluno, que deve obter aproveitamento de 70% para obter o certificado de conclusão.
O Mapeamento de Saúde Digital e Requisitos Tecnológicos das Unidades de Saúde do Estado de São Paulo é um processo sistemático de identificação, análise e registro do perfil tecnológico e das condições estruturais das unidades de saúde em todo o Estado. Ele busca reunir informações sobre equipamentos disponíveis, conectividade, sistemas já implantados, fluxos de trabalho e necessidades não atendidas.
Como finalidade, o processo de Mapeamentos de Saúde Digital e Requisitos Tecnológicos das Unidades de Saúde do Estado de São Paulo buscar obter: